terça-feira, 3 de maio de 2011

Colocar pra fora

Tem certas coisas que eu não sei dizer.
Nelson Motta
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Não sei bem em que momento que as coisas saíram de vez do meu controle. Ou em que momento eu percebi que eu não tinha, de fato, controle sobre elas, como, por exemplo, minhas emoções e lembranças. Sabe, acho que sempre fui muito ingênua. A faculdade está mudando um pouco isso. Mas quando eu era menor, em todos os sentidos, eu não entendia como determinadas coisas e situações poderiam determinar o que você pensa, sente e faz ao longo da sua vida. Durante os meus 21 anos de vida, acho que foram poucos os momentos nos quais eu realmente senti que tinha o controle da situação, um deles é no estágio. Não sei por qual razão, mas o meu ambiente de trabalho me passa muita segurança. Segurança esta que por vezes eu não encontro em casa e nem na faculdade. 
Dois anos atrás, no início da primeira aula de terça-feira, eu estava sozinha na sala de aula, esperando o resto do pessoal da minha sala chegar para a aula, e eu estava muito estranha, não sabia bem o que estava acontecendo. Só sabia que não me sentia bem. Lembro bem que uma amiga minha chegou como em qualquer dia e me perguntou: 'tudo bem Mé?' e eu, pela primeira vez na vida disse: 'não'. Aquilo me fez chorar tanto que eu não tinha mais controle sobre as lágrimas que escorriam. Eu estava realmente muito mal. Liguei pra minha mãe, e aos prantos disse que não estava bem e que precisava de ajuda. Ela ligou para uma psicólogo conhecida dela e no mesmo dia fui para uma consulta. No começo, eu imaginava de verdade que pudesse melhorar. Mas, como sou um tanto cética quanto algumas coisas, fui notando falhas no tratamento, entre outras coisas, como o fato dela esquecer que tinha marcado atendimento comigo e então não apareceu. Isso aconteceu três vezes. E então chegou um ponto que aquilo não estava mais me fazendo bem.
Eu sei que eu devia ter tentado outra vez, talvez ter tentado outra coisa, porque no fundo eu sei que eu não melhorei. Continuo uma pessoa extremamente ansiosa. Continuo com medo de mil coisas. E o que mais me dá medo na verdade são as relações humanas, pois são imprevisíveis. Pra minha sorte, Deus ou qualquer outro ser espiritual, colocou amigos incríveis na minha vida que eu sei que posso contar. Mesmo assim, ainda sinto um vazio aqui dentro que eu não sei explicar. Mas que eu sei que só eu posso resolver. É minha responsabilidade, mas sinceramente, não aguento mais tanta responsabilidade na minha vida. É sério. Acho que é isso que me tira do sério.
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Um comentário:

Balthamos disse...

Ahhh Merini!

*abraça muito muito forte!*

A vida é assim mesmo (até parece a voz da experiência), a gente tem que ir dando um jeito e aprendendo a crescer, a nos controlar, a viver, a perder nossos medos, e principalmente, a arriscar nossos sentimentos.

Sabe, eu também tenho medo de relacionamentos na verdade, acho que todos nós temos. Medo de nos machucarmos, medo de amar, ou medo de não sermos amados.

Mas assim, por mais que brigas estejam no meio, crises de ciúmes, atritos ou quaisquer outros conflitos ou medos, elas são inerentes a qualquer tipo de relacionamento. Pois nenhum relacionamento é perfeito, sempre vai haver pontos altos e baixos. A diferença dos bons relacionamentos, é quando eles tem MAIS pontos altos do que baixos. Aí eles são bons e saudáveis.

E sabe, no fundo, acho que vale a pena arriscar. Podemos nos machucar (leia crescer) ou viver coisas incríveis (leia crescer também). XD

Eu sei que você vai ficar bem e se virar, pois você é uma ótima e única pessoa. E, acredite, quando for a hora, as responsabilidades vão parecer pesar menos, você irá perder seus medos naturalmente, e vai se sentir sem esse vazio sem explicação.

Pelo menos, é nisso que eu acredito!
E se não for verdade, é um pensamento muito otimista para se ter =D

Te amo muito, muito mesmo!

Balthamos,
ou você sabe quem =P