Chuck, o boneco assassino, vinha andando na minha direção, eu presa na cama de baixo do beliche. Uma das paisagens dos cartões telefônicos que eu colecionava na época, uma montanha congelada, o mar e um barco vermelho, e uma orca que me ajudava a levar o barco na direção certa. Tirar meu irmão da água gélida. Um show do System of a Down, gente semi-conhecida que me deixava com as bochechas vermelhas, mas feliz. Alguns com ele, e os amigos dele, e vontades e medos e finais. Daí ela: um, dois, mil sonhos, todos diferentes mas iguais, todos bons e complicados e ridículos. E gente que teoricamente não passa de um @ no twitter, um nome na internet, labirintos e jardins e garrafas de vodka. Um vestido verde, uma parede pixada e mãos quentes enlaçadas, abraços reconfortantes e uma sensação vaga de casa. Dolores O'Ryordan e eu conversando como velhas amigas, cantando Go Your Own Way juntas. Uns caras vindo atrás de mim, e a única saída era correr correr correr e voar.
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