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Ferindo corações desde os sete anos de idade. Brincadeirinha. Convenhamos. Sete anos é uma idade tensa. Tinha acabado de mudar de colégio. Saí de uma escolinha de bairro para uma escola dez vezes maior. Em todos os sentidos. E me sentia muito, mas muito perdida. Depois de algum tempo na primeira série A tinha feito amigos e não me sentia mais tão deslocada. Na época, quando a aula acabava descíamos em fila para o pátio, onde aguardávamos a chegada de nossos pais. Lembro-me de estar no último lugar da fila das meninas (sempre fui a mais alta da turma, pelo menos até o ensino médio) e um garoto também o mais alto do lado dos meninos, mais baixo do que eu, olhou pra mim e disse: "Quer casar comigo?" Olhei pra ele muito assustada. Dificilmente conversávamos e ele sempre arranjava algum motivo pra brigar comigo ou me incomodar - depois de um tempo a gente vê que as coisas são sempre contraditórias, mas, voltando ao evento - fiquei encarando ele sem entender e disse "Não"- a última coisa que a gente pensa quando é pequena é em casamento. E a única coisa de que me lembro depois disso tudo foi de ver a minha mãe correndo para ver como eu estava no pé da escada. Sim, ele havia me empurrado. Bom, não sei se respondi de fato a questão do desafio. Minha única atitude no evento foi ter dito não. Talvez se eu tivesse dito que iria pensar as coisas tivessem sido diferentes. Hoje, analisando essa pequena história, a gente vê como é difícil aceitar não's durante a vida... e isso independe da idade.
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Um comentário:
Por que palavras curtas definem mudanças tão significativas e duradouras na vida... Sim... Não...
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